sábado, novembro 25, 2006

VISITA A MINHA FILHA

SABADO 20-8-005 Hoje fui visitar a minha filha, e os meus netos, mas principalmente os meus bisnetinhos. Cheguei, perto do meio dia, o Leo estava ao colo da mãe. Está tão grande, e tão esperto! Acho que gostou de mim, pois eu brinquei com ele e ela fartou-se de palrar. Só tem um mês e meio, mas já palra tanto!! Está lindo, achei-o parecido com o avô e com o tio Fábio, muito embora o achem parecido com o pai. Levei uma bola de praia ao Tomás, ficou tão contente!!!! A mãe é que não gostou que lhe tivesse dado a bola. É que ele gosta muito de bolas, mas, como é um menino muito activo, quer correr atrás da bola, e têm de segurá-lo. Acham que ele é de vidro então está super protegido, por mais que eu diga que ele tem de se defender sozinho, não me ligam importância, afinal eu já sou velha, e, não percebo nada de nada sobre crianças.... Nunca criei nenhuma....! Enfim! Almoçámos uma sardinhada. Depois do almoço o Leo adormeceu, a Teresa, sua mãe, quis ir arranjar o cabelo. Eu ainda lhe disse que o deixasse ficar a dormir, eu tomaria conta dele, mas ela teimou em levá-lo. O menino não parece gostar muito de colo, estava muito calor, e, ele não conseguiu dormir muito tempo....ficou rabugentinho. Como bebé que é, chora e leva as mãozinhas á boca. Sua mãe acha que ele tem fome e pimba dá-lhe de mamar, mas ele tinha mamado, e ainda não tinha, passado o tempo necessário entre mamadas, mama pouco, e fica ainda mais rabugento, ora na opinião abalizada da avó e da mãe, o que ele tem é mau olhado. Depois de devidamente benzido, ele continua a choramingar, a mãe acha que são gases, e enfia-lhe um supositório Bem-uron, para lhe aliviar as cólicas, que no seu entender haviam sido provocadas por duas colheres de chá de água que o menino bebeu, a meu conselho. É que o menino não deve beber água, no entender dela. Penso que, elas em vez de progredirem regridem no tempo, ou serei eu que estou velha, caduca e não sei o que digo? Sempre a choramingar no colo da mãe, o bébé em todo dia não dormiu aquele soninho que todos os bébés devem dormir. Enquanto a Teresa jantava, peguei nele, trouxe-o para a sala, deitei-o no sofá, e, acabaram-se as cólicas e a rabugice, esperneava, esbracejava e palrava comigo que era um louvar a Deus. Assim o consegui manter calmo, até perfazer o tempo regulamentar entre as mamadas. Acabou por ficar com fome, a mãe deu-lhe de mamar e ele já ficou mais ou menos, só que, durante todo o dia não dormiu, e estava muito rabugento, como é normal nas crianças de tão tenra idade. Por mais que eu lhes diga que as crianças devem ter horas certas para tudo, eu sou parva, sou antiquada, e não sei o que digo. Meu Deus! Eu fui mãe de quatro filhos, que não têm entre o mais novo e o mais velho seis anos de diferença. Sempre os eduquei a fazer uma vida regrada e de horas certas, não me deram trabalho nenhum a criar. Fui a mãe mais feliz do mundo. Sempre dormiram toda a noite, sempre fizeram o soninho entre as mamadas, e, não morreram á fome, por lhes dar de comer de três em três horas, e, nem por isso deixaram de ser uns bebés desenxovalhados, e de serem os homens bem constituidos que são hoje. Pois é! Mas isso são coisas de velha, já não se usam. Nada como dar-lhes de comer de meia em meia hora, para que fiquem gordos e anafados, no entender da mãe e da avó. Mas eu nada tenho com isso. Não sou eu quem os atura.... Estávamos a ver as notícias, quando a TV enguiçou. Deve ter sido avaria no sinal de satélite. Aí, o Cardoso, meu genro, começou a barafustar que, os nossos canais, como ele diz, não se devem ver por satélite, mas sim pela antena normal, também não entendi essa, mas não admira sou velha e estúpida. Só que ele a barafustar, não disse, mas eu percebi muito bem, que ele estava a atirar para cima de mim as culpas da avaria, já que eu tenho o péssimo costume, de ver outros canais, que não são o Playboy, a SIC, ou a Spot-TV. Fui com a intenção de lá passar o fim de semana, mas depois de ter feito mal em levar a bola ao Tomás, ter deitado mau olhado ao Leo, e ter avariado a TV, não tive ânimo de lá ficar nem mais um segundo. Assim sendo, dei corda aos pneus e vim para a minha casa. Afinal de contas, aqui é que eu estou bem. Mais uma vez, me senti personna non grata lá em casa. Era minha intenção, quando saí de manhã ao ir para lá, ficar a ajudar a minha filha, que tem sempre montes de roupa para lavar e engomar, e, bem assim, sempre montanhas de lixo para despejar, há imensa imundície naquela cozinha do lume, eu queria ajudá-la a dar um jeito naquilo tudo, pois ela é sozinha, e é uma casa de gente. Depois tem lá o Tomás, que dá imenso trabalho, porque elas querem, ele é um santo menino, mas lá está, mal habituado. A mãe, não faz nada de nada á minha filha, até inclusivamente é a minha filha quem depois de fazer quase tudo, ainda tem de olhar por ele. Mas eu sou velha e tonta...Ainda engomei uma pecitas de roupa, era minha intenção passar o resto durante a noite, quando estivesse mais fresco, pois o calor era insuportável, mas, optei por me vir embora. Trazia o coração apertado como sempre. Filha é filha, neta é neta, mas não dá. Já são demasiadas vezes que, me sinto mal lá em casa. Penso mesmo, e, não é por despeito ou maldade de minha parte, mas penso que tão cedo não irei lá. Acho mesmo que só lá irei se for convidada para alguma coisa, o que duvido que aconteça. E, assim, um dia que eu supunha, iria ser feliz acabou sendo um dia triste, em que mais uma vez me senti muito só, á margem de tudo e de todos. Mas que hei de fazer? Eu sou velha e tonta!!! Agosto de 2005 Lylybety

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